Monitoramento de medidas protetivas por guardas municipais cresce 130% em 4 anos
Apesar do avanço, atendimento especializado ainda é insuficiente em grande parte do país

Flavia Travassos
Majô Gondim
O número de casos em que a Guarda Municipal atuou para manter agressores longe de mulheres vítimas de violência doméstica mais que dobrou no Brasil. No entanto, o número de equipes especializadas ainda é insuficiente diante do crescimento dos índices de feminicídio no país.
Segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o monitoramento de medidas protetivas por guardas municipais aumentou 130% nos últimos quatro anos. O total de atendimentos passou de 29.676, em 2020, para 68.259, em 2024. Já o número de mulheres atendidas triplicou, com alta de 228%, saltando de 11.926 para 39.151.
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Apesar do esforço, os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que quase 1.500 mulheres foram assassinadas no país somente no ano passado.
A atuação das guardas municipais no enfrentamento à violência tem apresentado resultados positivos, conforme aponta o levantamento. No entanto, unidades de atendimento às vítimas estão presentes em menos da metade dos municípios brasileiros.
Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, menos de 50% das cidades oferecem o serviço. A situação é ainda mais crítica no Norte e Nordeste, onde menos de 20% dos municípios contam com unidades especializadas de atendimento.
Em Campinas, no interior de São Paulo, mulheres vítimas de violência doméstica contam, desde março do ano passado, com um recurso tecnológico que facilita o pedido de ajuda. Por meio de um aplicativo de celular, elas acionam um botão de emergência e o alerta é enviado imediatamente à central de comunicação da Guarda Municipal.









