Economia

Banco Mundial aprova fundo global liderado pelo Brasil para proteger florestas tropicais

Fundo 'Florestas Tropicais para Sempre' terá gestão interina do Banco Mundial e deve ser destaque na COP30, em Belém

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Com a nova atribuição, o Banco Mundial será responsável por oferecer suporte administrativo - Reuters Ricardo Moraes.JPG
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O Banco Mundial foi oficialmente autorizado nesta terça-feira (21) a atuar como administrador do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, sigla em inglês para Tropical Forest Forever Facility), uma iniciativa global liderada pelo Brasil para proteger e conservar as florestas tropicais do planeta.

A decisão, aprovada pelo conselho diretor da instituição, representa um avanço na estruturação financeira do fundo.

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Com a nova atribuição, o Banco Mundial será responsável por oferecer suporte administrativo, supervisão fiduciária e relatórios de transparência, garantindo padrões elevados de governança, responsabilidade e previsibilidade.

O banco também atuará como trustee — agente encarregado de repassar os recursos arrecadados aos países participantes, conforme as diretrizes do TFFF.

O que é o TFFF?

Anunciado pelo Brasil durante a COP28, em Dubai, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre foi desenvolvido em parceria com dez países: cinco com grandes áreas de floresta tropical (Colômbia, Indonésia, Malásia, Gana e República Democrática do Congo) e cinco potenciais financiadores.

Diferente de outros mecanismos ambientais, o TFFF não depende de doações pontuais. Ele se baseia em investimentos de longo prazo realizados por países, empresas e fundações filantrópicas.

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O capital reunido será aplicado em uma carteira diversificada de ativos de renda fixa, gerida por profissionais internacionais com perfil de risco controlado.

Segundo a Nota Conceitual do fundo, estão vetados investimentos em setores com alto impacto ambiental, como carvão, petróleo, gás e atividades ligadas ao desmatamento.

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Os rendimentos gerados serão direcionados a países que mantiverem baixas taxas de desmatamento. Esses repasses poderão ser até duas vezes maiores que o volume atual de financiamento internacional para conservação florestal — e superar em dezenas ou centenas de vezes os valores pagos pelo mercado voluntário de carbono.

Cada país beneficiado deverá destinar pelo menos 20% dos recursos recebidos a povos indígenas e comunidades tradicionais (PICTs), conforme compromisso firmado com a Aliança Global de Comunidades Territoriais (GATC).

Liderança brasileira

O Brasil ocupa papel central na iniciativa, tanto político quanto técnico. Durante evento na ONU em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o país investirá US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) na fração do fundo voltada a países soberanos — desde que outras nações também contribuam.

A expectativa do governo brasileiro é que o TFFF ganhe ainda mais força durante a COP30, marcada para 2025 em Belém (PA), consolidando o país como referência global em financiamento climático e proteção das florestas tropicais.

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