Sem planos eleitorais para 2024, ministros tentam prolongar permanência na Esplanada
Presidente tem uma dificuldade a mais para a reforma ministerial do ano que vem: nenhum dos 38 ministros deve concorrer a prefeituras em outubro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma dificuldade a mais para mexer no time da Esplanada. Nenhum dos atuais 38 ministros deve concorrer nas eleições municipais de 2024. A estratégia dos políticos será prolongar ao máximo a permanência nos cargos para ganhar musculatura em 2026 na corrida aos principais postos: presidência, governos estaduais e Congresso Nacional.
Por que isso importa: no atual time de Lula faltam nomes naturais para concorrer a grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte. Se há uma estratégia para cargos mais importantes em 2026, há também um sinal de enfraquecimento de determinados nomes na corrida municipal.
Daqui não saio: tais fatores amarram Lula nas mexidas ministeriais do próximo ano. O presidente neste momento só tem um ministério livre: a Justiça, de Flavio Dino, que deixará o cargo no início de janeiro, quando fará uma escala no Senado – ele foi eleito para o Congresso em 2022 – e, em fevereiro, assumirá o Supremo Tribunal Federal (STF).
Para lembrar: um exemplo de sucesso foi o de Fernando Haddad. Atual ministro da Fazenda, ele ganhou a eleição para a capital de São Paulo em 2012 depois de ser chefe da pasta da Educação dos governos de Lula e de Dilma Rousseff por sete anos.
Bastidores: em 2016, Edinho Silva, ministro de Comunicação Social de Dilma Rousseff, ganhou a prefeitura de Araraquara (SP). Foi reeleito em 2020. Ao fim do mandato, no próximo mês de dezembro, é nome certo para compor a equipe de Lula.
O que o SBT News descobriu: o nome que poderia sair à corrida municipal de Aracaju seria o do ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência. O petista, porém, prefere disputar o Senado em 2026 por Sergipe.
Seis senadores e 11 deputados: a atual equipe de Lula conta com 18 congressistas, que pensam em voos mais altos em 2026, mas, para isso, querem permanecer na Esplanada até lá.
Senadores
Alexandre Silveira (PSD-MG) Minas e Energia
Carlos Fávaro (PSD-MT) Agricultura e Pecuária
Camilo Santana (PT-CE) Educação
Flávio Dino (PSB-MA) Justiça
Renan Filho (MDB-AL) Transportes
Wellington Dias (PT-PI) Combate à fome
Deputados
Paulo Teixeira (PT-SP) Agricultura familiar
Alexandre Padilha (PT-SP) Relações institucionais
Sonia Guajajara (PSol-SP) Povos indígenas
Marina Silva (Rede-SP) Meio ambiente
Paulo Pimenta (PT-RS) Comunicação social
Juscelino Filho (Uniao-MA) Comunicações
André Fufuca (PP-MA) Esportes
Silvio Costa Filho (Rep-PE) Portos e aeroportos
Luiz Marinho (PT-SP) Trabalho e emprego
Celso Sabino (União-PA) Turismo
Marcio Macedo (PT-SE) Secretária-geral