Entenda por que armas nucleares voltaram ao centro das tensões entre EUA, Rússia e China
Movimentação ocorre após Donald Trump ordenar testes nucleares nos Estados Unidos, alegando suspeitas de ações russas

Murillo Otavio
com informações da Reuters
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinar a realização de novos testes nucleares, Rússia e China reagiram com preocupação e críticas.
🔍 A medida norte-americana reacende o debate sobre o risco de ruptura do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), acordo global firmado em 1996 que veta qualquer tipo de detonação nuclear. As armas nucleares são os artefatos mais destrutivos já criados, capazes de liberar enormes quantidades de energia por meio de reações de fissão ou fusão. Os Estados Unidos, a Rússia e a China concentram o maior poder nuclear do planeta.
Trump justificou a decisão afirmando que “outros países” estariam conduzindo testes semelhantes.
Embora não tenha mencionado diretamente a Rússia, o Kremlin respondeu negando qualquer operação nuclear e alertando que poderá reagir caso os EUA avancem na iniciativa.
“O presidente Trump mencionou que outros países estão realizando testes de armas nucleares. Até agora, não sabíamos que alguém estivesse fazendo isso”, afirmou o porta-voz russo Dmitry Peskov. Segundo ele, Moscou não foi notificada oficialmente sobre qualquer mudança na política norte-americana.
Na última semana, o Exército russo anunciou o sucesso dos testes do torpedo nuclear Poseidon, conhecido como o “torpedo do Juízo Final”, e do míssil de cruzeiro Burevestnik. O governo russo, porém, reforçou que nenhuma dessas ações envolveu armamentos nucleares.
A China também demonstrou preocupação e pediu prudência.
“Esperamos que os Estados Unidos cumpram suas obrigações no Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares e adotem ações concretas para proteger o sistema global de desarmamento e estabilidade estratégica”, declarou Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Maiores potências nucleares
Atualmente, Estados Unidos e Rússia são as duas maiores potências nucleares do mundo, com mais de 5 mil ogivas cada, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI).
A China vem ampliando rapidamente seu arsenal, que dobrou em cinco anos, de 300 para 600 ogivas, conforme dados do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS).
A expectativa é que o arsenal chinês ultrapasse 1.000 armas nucleares até 2030. Trump afirmou acreditar que o programa nuclear da China poderá se equiparar ao dos Estados Unidos dentro de cinco anos.









