Política

Lula diz que “andar de cabeça erguida é mais importante que um Prêmio Nobel” em discurso na Malásia

Presidente critica o Conselho de Segurança da ONU, afirma que COP30 será “da verdade” e defende ampliação das relações com a Malásia

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O presidente Lula discursa ao lado do primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim | Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse neste sábado (25), em Kuala Lumpur, que “andar de cabeça erguida é mais importante que um Prêmio Nobel”. A declaração foi feita após encontro com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, durante discurso em que defendeu que governar exige fazer escolhas e cuidar dos mais pobres.

“Governar é decidir para quem você quer governar, de que lado você está, com quem você vai fazer relações. [...] Cuidar das pessoas mais humildes é quase que uma obrigação bíblica. É um mandamento de Deus. Porque é para isso que a gente vem para governar”, declarou.

A fala sobre o Nobel ocorre na véspera de um possível encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já declarou merecer o Prêmio Nobel da Paz por ter, segundo ele, encerrado oito conflitos no mundo, como a guerra na Faixa de Gaza.

A vencedora do prêmio em 2025, María Corina Machado, líder da oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, dedicou a condecoração a Trump.

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Durante o discurso, Lula também voltou a criticar a guerra em Gaza e afirmou que a comunidade internacional “não pode continuar assistindo à morte de inocentes todos os dias”. Segundo ele, o conflito expõe a ineficácia dos organismos multilaterais.

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“[...] as instituições multilaterais que foram criadas para tentar evitar que essas coisas acontecessem, pararam de existir. Hoje, o Conselho de Segurança da ONU e a ONU não funcionam mais. Todas as guerras acontecidas nos últimos tempos foram guerras determinadas por gente que faz parte do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou.

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Ao tratar da crise climática, Lula voltou a declarar que a COP30, sediada em Belém (PA), “será a COP da verdade”.

“A gente vai ter que dizer se acredita ou não nas informações que a ciência está nos dando”, disse, ao afirmar que as populações pobres são as mais afetadas pelos desastres climáticos.

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Durante a visita, Brasil e Malásia assinaram sete atos de cooperação nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, semicondutores e tecnologia da informação. Lula afirmou que a aproximação entre os países é importante.

Ele também disse que Brasil e Malásia precisam fortalecer as relações comerciais, observando que o fluxo bilateral gira em torno de US$ 6 bilhões por ano. “Não é possível. Alguma coisa está errada, sabe, no nosso comportamento”, declarou o presidente.

Segundo Lula, o valor é baixo diante do potencial dos dois países. Ele defendeu maior empenho de governos e empresários para ampliar as trocas econômicas.

“Vamos sair daqui com a missão. E a nossa missão é muito responsável. Nós precisamos da Malásia e a Malásia precisa do Brasil. E quem tem que cuidar disso somos nós. Ninguém está preocupado com a Malásia como vocês. Ninguém está preocupado com o Brasil como nós. Então, nós temos que juntar nossas preocupações. Saber o que nós temos de similaridade”, disse.
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