Plano de golpe: ex-comandante do Exército presta depoimento à PF nesta sexta-feira (1º)
O general Marco Antônio Freire Gomes foi contrário à ideia e realiza oitiva no lugar de testemunha; Polícia Federal quer investigar possível omissão
A Polícia Federal (PF) pretende realizar na tarde desta sexta-feira (1º) a oitiva do último ex-comandante das Forças Armadas envolvido em suposta trama golpista para manter no poder o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Trata-se do general do Exército Marco Antônio Freire Gomes.
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Por ser o último a depor, ele deve ser confrontado com as versões apresentadas pelos ex-comandantes da Marinha, Almir Garnier, e da Aeronáutica, Carlos Eduardo Baptista Júnior.
Em relatório da PF, Gomes era contrário à ideia de golpe e chegou a ser ofendido pelo general Walter Braga Netto, vice de Bolsonaro na disputa pela reeleição em 2022. Ele depõe na condição de testemunha.
“No entanto, considerando a posição de agentes garantidores, é necessário avançar na investigação para apurar uma possível conduta comissiva por omissão, pelo fato de terem tomado ciência dos atos que estavam sendo praticados para subverter o regime democrático”, afirma a Polícia Federal.
Diálogos investigados pela PF mostram que Freire Gomes recebeu informações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre o plano. São cinco áudios que, pela “análise dos dados e a contextualização, [...] indicam que as mensagens tinham como destinatário o então comandante do Exército”.
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A operação Tempus Veritatis revelou que Jair Bolsonaro, ex-ministros de governo e membros oficiais do alto escalão militar chegaram a se reunir para falar da tentativa de golpe e e chegaram a cogitar a prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente à época do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e invalidar o resultado eleitoral de 2022.