Eletrobras muda nome para Axia e diz ter ambição de crescimento via leilões
Nova identidade retira referência ao Brasil, herança do passado estatal após processo de privatização da empresa ter sido concluído em meados de 2022

Reuters
A Eletrobras anunciou nesta quarta-feira (22) que mudou seu nome para Axia Energia, destacando em comunicado que a alteração marca uma evolução da companhia nos últimos três anos para atuar com mais agilidade, inovação e foco no cliente, o que inclui crescimento por meio de leilões.
O novo nome retira a referência ao Brasil, herança do passado estatal após o processo de privatização da empresa ter sido concluído em meados de 2022, ainda que o governo brasileiro siga com participação relevante na companhia, com a União detendo diretamente quase 30% do total das ações.
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Em nota, a maior geradora de energia renovável do país e líder na transmissão disse ter "ambição de crescimento inorgânico por meio da participação nos leilões setoriais e resiliência de seus ativos".
"Buscamos o novo com respeito à história que construímos até aqui... Isso passa por disciplina, inteligência na alocação de capital e excelência organizacional e se ancora em um time de talentos que enxerga o desafio da companhia e do momento do setor", afirmou o presidente da Axia Energia, Ivan Monteiro, em um comunicado.
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A empresa, responsável por 17% da capacidade de geração de energia nacional e 37% do total de linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN), afirmou ainda que praticamente triplicou o valor de investimentos nos últimos anos.
Nova identidade
Em meio à mudança de nome, a empresa ressaltou ser a maior empresa de energia renovável da América do Sul, indicando que a palavra "axia" vem do grego e significa "valor".
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A alteração vem após a elétrica ter reforçado, nos últimos anos, medidas para se desvincular de questões ligadas ao Estado. Na última semana, foi assinado um contrato para a empresa vender sua participação na estatal Eletronuclear.
Mais cedo neste ano, o governo se comprometeu a não mais questionar o limite de voto de 10% na companhia, imposto a qualquer acionista ou grupo de acionistas, acertado durante a privatização, em troca de mais representatividade no conselho da ex-Eletrobras.
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Com este movimento, a Eletrobras também conseguiu encerrar uma disputa judicial com o governo que poderia se estender indefinidamente, já que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sempre se opôs à forma como a empresa foi desestatizada.
A nova identidade será incorporada gradualmente em todos os canais, comunicações e ativos da companhia, em todas as regiões do país, disse a companhia, cuja capacidade instalada é 100% renovável – possui 81 usinas, sendo 47 hídricas, 33 eólicas e uma solar.
(Por Alberto Alerigi Jr. e Roberto Samora)