Política

"Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira" e Trump "sabe que rei morto, rei posto", diz Lula

Presidente afirmou que explicou ao mandatário norte-americano que julgamento sobre tentativa de golpe foi "muito sério, com provas muito contundentes"

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Presidente Lula (PT) | Divulgação/Ricardo Stuckert/PR
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (27) que Jair Bolsonaro (PL) foi um dos temas da reunião com o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada na Malásia. O mandatário disse que explicou ao norte-americano que julgamento sobre tentativa de golpe de Estado "foi muito sério, com provas muito contundentes" e que o ex-presidente, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, "faz parte do passado da política brasileira".

A suposta perseguição a Bolsonaro foi uma das justificativas do governo dos EUA para impor taxa de 50% a exportações do Brasil, em vigor desde agosto. Lula afirmou hoje a jornalistas, em coletiva de imprensa na Malásia, que esclareceu essa "inverdade" no encontro com Trump, que tratou do tarifaço e de sanções a autoridades nacionais.

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"Eu disse pra ele que foi julgamento muito sério, com provas muito contundentes. Disse pra ele a gravidade do que eles tentaram fazer no Brasil. Disse a ele que eles têm plano pra matar a mim, pra matar meu vice-presidente [Geraldo Alckmin] e pra matar Alexandre de Moraes. Eles foram julgados com direito de defesa que eu não tive quando fui processado", disse Lula.

O mandatário brasileiro seguiu no assunto e disse que a situação do ex-presidente, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com outros acusados, entre ex-ministros e ex-comandantes da Forças Armadas, "não está em discussão, em questão" nas negociações com os EUA.

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"Ele [Trump] sabe que rei morto, rei posto. Ele sabe. Bolsonaro faz parte do passado da política brasileira. Eu ainda disse pra ele: 'Com três reuniões que você fizer comigo, você vai perceber, sabe, que Bolsonaro era nada, praticamente'", completou Lula.

Em breve coletiva de imprensa ontem, antes do encontro com o presidente brasileiro, Trump foi perguntado sobre Bolsonaro. "Eu sempre gostei dele. Sinto muito pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que era um cara franco, mas ele passou por muita coisa", falou. Questionado se pretendia tratar do assunto com Lula, respondeu: "Não é da sua conta".

Governo brasileiro se ofereceu para mediar tensões entre EUA e Venezuela

Lula reiterou informação dada nesse domingo pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de que governo brasileiro se ofereceu para mediar tensões entre EUA e Venezuela.

Forças militares norte-americanas têm atacado embarcações de supostos narcotraficantes nas últimas semanas, no mar do Caribe, e Trump autorizou operações secretas da CIA, agência da inteligência, no país governado pelo presidente Nicolás Maduro.

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Lula disse que levantou esse assunto na reunião com Trump. "Eu coloquei a questão da Venezuela. Pelo noticiário do jornal, estou vendo que as coisas estão se agravando. E disse pra ele que era extremamente importante levar em conta a experiência que o Brasil tem como maior país da América do Sul, economicamente mais importante, que tem como vizinho quase toda a América do Sul", falou. "Eu disse que estamos à disposição pra ajudar."

O presidente brasileiro repetiu que "se precisa que Brasil ajude, nós estamos à disposição". "Porque nós queremos manter a América do Sul como zona de paz. Não queremos trazer conflitos de outras regiões para o nosso continente", completou.

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Em outra fala sobre política internacional, Lula afirmou que Malásia terá apoio do Brasil "para ser membro pleno do Brics".

"Eu posso lhe dizer que levo da Malásia a impressão mais positiva possível. Primeiro, pela simpatia do povo. Em cada lugar que chego, parece que conheço todo mundo. Tem sempre alguém rindo, alguém gentil. É um pouco do povo brasileiro, sabe. Eu saio com a melhor impressão da Malásia."

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