Comissão de Direitos Humanos da Câmara pede prisão preventiva do governador do Rio
Segundo o texto, parlamentares solicitam apuração criminal e prisão preventiva do governador

SBT Brasília
O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHMIR), encaminhou nesta quarta-feira (29) um ofício ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, pedindo a abertura imediata de investigação criminal contra o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
O documento também solicita à Procuradoria-Geral da República (PGR) a adoção de medidas cautelares e a avaliação sobre eventual prisão preventiva do governador. O pedido ocorre após a megaoperação que deixou mais de 121 mortos nos Complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira (28)
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Segundo a Comissão, o ofício é assinado por nove parlamentares, entre eles Talíria Petrone (PSOL-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Tadeu Veneri (PT-PR), Luiz Couto (PT-PB), Glauber Braga (PSOL-RJ), Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), além de Reimont.
Acusações de violações de direitos humanos
De acordo com o texto, há fortes indícios de que a operação extrapolou os limites da legalidade e da proporcionalidade, com relatos de execuções sumárias e violação do direito à vida de moradores das comunidades afetadas.
“A magnitude dos fatos e o risco de reiteração de novas chacinas exigem resposta imediata das instituições democráticas”, afirmou o deputado Reimont.
Os parlamentares também destacam que a operação pode ter motivações político-eleitorais e questionam a não utilização integral dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) destinados ao Rio de Janeiro.
A CDHMIR informou que está à disposição da PGR para fornecer informações, depoimentos e relatórios preliminares sobre o caso.
“O Estado não pode agir como violador dos direitos que tem o dever de proteger”, afirmou Reimont no documento.
Megaoperação no Rio supera massacre do Carandiru
A megaoperação realizada no Rio de Janeiro na terça-feira (28) superou o massacre do Carandiru e se tornou a ação policial mais letal da história das forças de segurança no Brasil. A informação foi confirmada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública ao SBT News.
O massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, em São Paulo, deixou 111 mortos, após uma operação da Tropa de Choque da Polícia Militar dentro do presídio.
A nova operação, que aconteceu nos complexos da Penha e do Alemão, tinha como objetivo conter o avanço do Comando Vermelho (CV) no estado.
Até a publicação desta reportagem, o governo do Rio havia contabilizado 121 mortos.









