Primeira Turma do STF retoma julgamento do 'núcleo 4' da tentativa de golpe
Réus são acusados de disseminar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação e atacar autoridades

Camila Stucaluc
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta terça-feira (21), o julgamento dos sete réus apontados como integrantes do chamado “núcleo 4” da tentativa de golpe de Estado. As sessões estão programadas para acontecer pela manhã, das 9h às 12h, e à tarde, das 14h às 19h.
O chamado “núcleo 4” da trama golpista é acusado de produzir e disseminar informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação e atacar autoridades contrárias a um golpe de Estado. As ações foram feitas em articulação com o núcleo central da organização criminosa — já julgado —, composto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
São réus do “núcleo 4”:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros – ex-major do Exército;
- Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército;
- Carlos César Moretzsohn Rocha – ex-presidente do Instituto Voto Legal;
- Giancarlo Gomes Rodrigues – subtenente do Exército;
- Guilherme Marques de Almeida – tenente-coronel do Exército;
- Marcelo Araújo Bormevet – policial federal;
- Reginaldo Vieira de Abreu – coronel do Exército.
Todos são acusados de:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Tentativa de golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- Deterioração de patrimônio tombado.
Na última semana, o relator, ministro Alexandre de Moraes, leu o relatório com o resumo do caso e tanto a acusação como a defesa apresentaram suas manifestações. Agora, os ministros apresentarão seus votos, decidindo pela condenação ou absolvição de cada réu.
Conforme o Regimento Interno do STF, o primeiro a apresentar o voto será o relator, seguido dos demais integrantes da Corte, em ordem crescente de antiguidade, e do presidente da Turma. Assim, após Moraes, votam os ministros Cristiano Zanin e Luiz Fux, a ministra Cármen Lúcia e, por fim, o ministro Flávio Dino.
Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de todos os réus do grupo. Nas alegações finais, o órgão defendeu que o grupo utilizou ilegalmente a estrutura do Estado, incluindo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para alimentar ataques contra as urnas eletrônicas e autoridades, o que teria contribuído para os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Julgamentos
O “núcleo 4” da trama golpista é o segundo a ser julgado pelo STF. O julgamento do “núcleo 1” terminou em 11 de setembro, com a condenação de todos os oito réus, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em novembro, será a vez do “núcleo 3” ser julgado, formado por militares de forças especiais, seguido pelo “núcleo 2”, acusado de monitorar e neutralizar autoridades públicas, em dezembro.