Campanha em estação do metrô de SP alerta para prevenção da osteoporose
Ação no Brás oferece teste gratuito de densidade óssea e orienta população sobre os riscos; osteoporose atinge cerca de 15 milhões de brasileiros, segundo OMS
Flavia Travassos
No vaivém da rotina corrida, falta tempo para pensar na saúde dos ossos — logo eles, que mantêm todo mundo de pé.
Mas, nesta segunda-feira (20), quem passou pela Estação do Brás, no centro da capital paulista, não teve desculpa. A dona de casa Francisca Pereira dos Santos, parou, respondeu ao questionário e fez o teste: um ultrassom no calcanhar para avaliar a densidade óssea. Aos 64 anos, descobriu que tem risco moderado para osteoporose.
“Ele me encaminhou pra fazer um exame reumatológico. Eu nunca fiz, e aí vai falar concretamente que altura que tá. Mas, graças a Deus, eu nunca caí, nunca quebrei, mas tem que cuidar.”
A osteoporose atinge cerca de 15 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde. O risco é maior entre os idosos. Por isso, é importante adotar alguns cuidados desde a infância.
+ Paraná confirma primeira morte suspeita por intoxicação de metanol
“O exercício é algo que fortalece a musculatura e traz benefício para o osso. É importante também se expor ao sol e fazer atividades ao ar livre, porque a vitamina D, produzida na pele, ajuda na absorção de cálcio no intestino e mantém o osso saudável”, explica Marcelo Steiner, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo.
Doença crônica
A osteoporose é uma doença crônica, como a hipertensão e o diabetes. Não tem cura. O grande problema é que, como não apresenta sintomas, muita gente só descobre a doença tarde demais — quando sofre uma fratura. E, em alguns casos, não há volta.
De 20% a 30% dos pacientes morrem no primeiro ano após uma fratura. Pesquisas internacionais mostram ainda que, em grupos de risco, esse número pode ultrapassar 40%.
“Muitos pacientes não fazem boa avaliação cardíaca nem pulmonar ao longo da vida. Então, quando vão para o hospital em uma emergência por fratura de quadril, a saúde já está mais debilitada, e o risco aumenta”, explica o ortopedista e traumatologista Fábio Tavano.
Dona Geraldina, de 89 anos, se recupera de uma cirurgia na perna. No começo do mês, ela sofreu uma queda no quarto e quebrou o fêmur. “Assim, do nada, fui pro chão. Bati do lado direito, bati com força. Essa parte direita toda e a cabeça. Ficou um tempão doendo. A cabeça não atacou, não. Foi só esse braço aqui”, conta.
O episódio foi um susto para ela e para a filha, que aos 56 anos também foi diagnosticada com osteoporose. Agora, ela promete redobrar a atenção.