Brasil

Secretário nacional diz que operação policial bem-sucedida não tem mortes e contraria discurso de Castro

Questionado sobre letalidade na megaoperação no Rio, Mário Sarrubbo afirmou que sucesso é quando criminosos são presos com vida e entregues à Justiça

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Secretário de Segurança Pública Nacional, Mário Sarrubbo | Foto: reprodução/Agência Brasil
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O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, afirmou nesta sexta-feira (31) que uma operação policial de sucesso é aquela que não resulta em mortes e que termina com criminosos presos e entregues ao sistema judicial. Em entrevista ao SBT, o secretário foi questionado sobre o alto número de mortes registradas na megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na última terça-feira (28).

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A ação deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, e se tornou a mais letal da história do país, superando o Massacre do Carandiru, em 1992. Apesar do cenário, o governador Cláudio Castro (PL) classificou a operação como um “sucesso” e afirmou que as únicas “vítimas” foram os quatro agentes de segurança mortos.

“Na nossa visão, operação policial de sucesso é aquela em que o criminoso é preso, cumpre sua pena e é entregue ao sistema judicial com vida. Agora, não podemos ignorar que esse tipo de operação é muito complexa e, muitas vezes, envolve mortes”, afirmou Sarrubbo.

Questionado sobre um possível conflito entre os governos federal e estadual, o secretário negou divergências e disse que o Ministério da Justiça prestou auxílio ao Rio assim que foi informado sobre a operação. Ele classificou como prematuro qualquer julgamento sobre os resultados da chamada Operação Contenção.

"Não dá para fazer qualquer tipo de avaliação ainda; é prematuro. É evidente que mais de 100 mortes é algo a se lamentar sempre. Nós tivemos quatro policiais mortos e, nesse prisma, a gente também fica muito preocupado com o resultado não desejado. Nenhuma morte é desejada em qualquer tipo de operação policial. O que a gente quer é que o policial volte para casa vivo e que o criminoso seja preso, de preferência, com sua integridade física intacta e entregue à Justiça."

Operação Contenção

Deflagrada na última terça-feira (28), a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares. A ação, segundo o governo do Rio, tinha como objetivo desarticular lideranças do Comando Vermelho. Foram presos 113 suspeitos, e 118 armas foram apreendidas.

As forças de segurança enfrentaram forte resistência: houve intensas trocas de tiros, barricadas incendiadas em vias expressas e ataques com drones por criminosos para dificultar o avanço dos agentes.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, explicou que as equipes criaram o chamado “Muro do Bope”, com agentes avançando pela Serra da Misericórdia para cercar criminosos e empurrá-los em direção à área de mata, onde equipes do Bope já aguardavam.

Nesta sexta-feira (31), o governo do Rio divulgou uma lista parcial de mortos: 99 pessoas já foram identificadas, das quais 78 tinham histórico criminal, 42 delas com mandados de prisão em aberto, segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado.

Os policiais mortos na operação são: Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, ambos do Bope; e Rodrigo Cabral e Marcus Vinícius Cardoso, da Polícia Civil.

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