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Furacão Melissa pode provocar a maior tempestade do século? Entenda

Potencial destrutivo do fenômeno pode ser superior ao furacão Katrina, que deixou 1.392 mortos em 2005, nos Estados Unidos

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O furacão Melissa, que avança sobre o Mar do Caribe, tem provocado ameaças de danos "catastróficos" à região. Nesta segunda-feira (27), o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) classificou o fenômeno como uma tempestade de categoria 5, a máxima na escala de Saffir-Simpson. Especialistas apontam que esse pode ser o "pior" furacão do século.

"Danos catastróficos ocorrerão: uma alta porcentagem das casas com estrutura de madeira será destruída, com falha total dos telhados e colapso das paredes. Árvores e postes de energia caídos isolarão áreas residenciais. Os cortes de energia poderão durar semanas, possivelmente meses. A maior parte da região ficará inabitável por semanas ou meses", segundo a descrição de danos de um furacão de categoria 5 da NHC.

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Depois de passar pelo Haiti, onde três pessoas morreram e uma ficou ferida, o furacão Melissa tocou o solo da Jamaica. O governo do país ordenou evacuação imediata das regiões costeiras mais vulneráveis.

"Não há infraestrutura na região que resista a uma tempestade de categoria 5", afirmou o primeiro-ministro Andrew Holness.

Pior furacão do século

Nesta terça-feira (28), segundo a NHC, o furacão Melissa já registrou ventos sustentados de 298 km/h, velocidade acima de outros fenômenos recentes em seu ponto mais destrutivo, como Milton (285 km/h, em 2024), Helene (225 km/h, em 2024), Ian (260 km/h, em 2022) e Katrina (280 km/h, em 2005).

+ Furacão Melissa atinge a Jamaica com ventos recordes e acende alerta máximo no Caribe

De acordo com o meteorologista Guilherme Almeida, além da velocidade máxima de ventos do Melissa ser uma das maiores registradas no século, o fenômeno já quebrou outros recordes que aumentam o nível de alerta. Ele cita o "olho do furacão" mais seco da história — indicando uma maior intensidade e estabilidade do fenômeno — e uma pressão de 892 mb (milibar), a terceira menor da história do Atlântico, atrás apenas dos furacões Wilma (882 mb, em 2005) e Gilbert (888 mb, em 1988).

"A pressão é mais um indício do quão intenso é um furacão. [...] Quanto maior for a diferença de pressão entre o olho e as áreas externas, mais o vento tende a acelerar naquela região", esclarece o meteorologista.

Guilherme Almeida ainda relata que o furacão Melissa se desloca a uma velocidade "extremamente lenta", aproximadamente 5 km/h (menor que a de uma pessoa caminhando) e em condições propícias para aumentar sua intensidade, aumentando também a exposição aos efeitos destrutivos do furacão.

+ Milton, Helene, Katrina: Como se escolhe o nome de um furacão

Junto da destruição causada pelo próprio fenômeno, a passagem do Melissa também pode trazer outros fenômenos associados, como chuvas fortes, raios, inundações e tornados.

"Se esses valores forem confirmados, o furacão Melissa é realmente o mais intenso a atingir um continente na história do Atlântico Norte", afirma Guilherme.

Mais destrutivo que o Katrina

O meteorologista explica que o furacão Katrina, que deixou 1.392 pessoas mortas nos Estados Unidos, em 2005, chegou a ser classificado como de categoria 5 em seu ápice, mas ao tocar o continente foi rebaixado para categoria 3, com cerca de 205 km/h. Por sua vez, o furacão Melissa chega ao território jamaicano com categoria 5, com ventos sustentados de quase 300 km/h, a máxima na escala Saffir-Simpson.

Como furacões são classificados?

A escala Saffir-Simpson, principal para categorizar furacões, foi criada em 1969 pelo engenheiro civil Herbert Saffir e pelo metereologista Robert Simpson, ranqueando cada fenômeno baseado em sua velocidade, sendo a categoria 1 a mais leve e a categoria 5 a mais intensa.

"A escala de Saffir-Simpson estima os potenciais danos materiais. Embora todos os furacões produzem ventos que ameaçam a vida, os furacões classificados como categoria 3 ou acima são conhecidos como grandes furacões", explica o NHC.

Confira as classificações:

  • Categoria 1 (119 km/h ~ 153 km/h): "Ventos muito perigosos causarão alguns danos".
  • Categoria 2 (154 km/h ~ 177 km/h): "Ventos extremamente perigosos causarão danos extensos".
  • Categoria 3 (178 km/h ~ 208 km/h): "Danos devastadores ocorrerão".
  • Categoria 4 (209 km/h ~ 251 km/h): "Danos catastróficos ocorrerão".
  • Categoria 5 (252 km/h ou maior): "Danos catastróficos ocorrerão".

Veja as descrições completas no site oficial do NHC.

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