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Operação mira plano para matar promotor e diretor de presídios no interior de SP

Lincoln Gakiya e Roberto Medina atuam na região de Presidente Prudente e são jurados de morte por facção criminosa há anos

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Um plano de atentado contra o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e o coordenador de presídios Roberto Medina, responsável por penitenciárias da Região Oeste de São Paulo, foi frustrado nesta sexta-feira (24) durante a Operação Recon, deflagrada na região de Presidente Prudente, no interior do estado. A ordem teria partido do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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Gakiya investiga a facção desde 2004 e vive sob escolta policial há mais de uma década devido a constantes ameaças. Já Medina está em alerta desde 2018, quando cartas que falavam sobre a morte dele interceptadas em Presidente Venceslau (SP).

A polícia investiga se o plano descoberto está relacionado à morte do ex-delegado geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, executado a tiros em setembro, na Praia Grande, litoral paulista.

Lincoln Gakiya e Roberto Medina | Reprodução
Lincoln Gakiya e Roberto Medina | Reprodução

De acordo com as investigações, que começaram em julho e são coordenadas pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e pela Unidade de Inteligência do Deinter-8, criminosos vinham monitorando a rotina das duas autoridades e de familiares para executar os ataques.

Os criminosos já haviam mapeado e acompanhado os hábitos diários das vítimas, com cada integrante do grupo tendo funções específicas, sem acesso ao plano completo, o que dificultava a identificação da estrutura pela polícia.

O plano foi descoberto em julho, após a prisão de dois homens envolvidos com o tráfico de drogas em Presidente Prudente: Victor Hugo da Silva, o "VH", e Welisson Rodrigo Bispo de Almeida, o "Corinthinha". Nos celulares dos dois, a polícia encontrou detalhes do monitoramento de Roberto Medina e da esposa dele, como fotos e vídeos do trajeto feito pelos dois de casa até o trabalho.

No celular de "Corinthinha", a investigação ainda encontrou pesquisas relacionadas a veículos tipo SUV, "com insulfilm totalmente fechado". Os investigadores destacam que o modelo de carro já foi usado em diversos atentados contra autoridades.

Outro envolvido na ação foi identificado como Sérgio Garcia da Silva, o Messi. No aparelho celular dele, que foi preso em setembro, também por tráfico, havia conversas que indicavam o envolvimento dele no monitoramento de Gakiya.

"A ação integrada entre os setores de inteligência da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e do MPSP foi fundamental para detectar e neutralizar o plano antes que fosse executado, impedindo que o crime organizado alcançasse seu objetivo", disse o Ministério Público em nota.

25 mandados de busca e apreensão são cumpridos nas cidades de Presidente Prudente, Álvares Machado, Martinópolis, Pirapozinho, Presidente Venceslau, Presidente Bernardes e Santo Anastácio. Materiais e equipamentos apreendidos vão passar por perícia, podendo revelar novos nomes e ramificações do esquema criminoso.

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