Deputados da base governista viajam ao Rio para “diligência de emergência”
Parlamentares cariocas devem visitar locais como Complexo da Penha, Instituto Médico Legal e Alerj
Hariane Bittencourt
Um grupo de deputados cariocas, que fazem parte da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se organiza para viajar ao Rio de Janeiro na quinta-feira (30).
Os parlamentares afirmam que a “diligência de emergência” vai servir para que eles possam acompanhar, no local, a atuação do governo do Estado após a megaoperação policial de terça-feira (28), que deixou 121 mortos.
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Entre os endereços que devem ser visitados pelos deputados estão o Complexo da Penha, alvo das ações policiais de ontem, e o Instituto Médico Legal (IML), para onde foram levados os corpos dos mortos durante os confrontos entre policiais e traficantes. Eles também devem visitar a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Na tarde desta quarta-feira (29), os parlamentares convocaram uma entrevista coletiva para comunicar a viagem e repercutir a crise de segurança pública instalada na capital fluminense. Os integrantes de legendas de esquerda não pouparam críticas à gestão do governador Cláudio Castro (PL).
“Depois dessa operação a população se sente mais segura? Definitivamente não”, disse a líder do PSOL na Câmara, Talíria Petrone (RJ). A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) questionou a atuação de Castro. “O crime organizado não se espalha no Rio sem a permissividade do governo. É muito claro dizer de quem é a responsabilidade por tudo isso”, afirmou.
A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) lamentou a falta de segurança para quem mora nas comunidades cariocas e disse que esse tipo de ação policial acontece, em regra, em períodos pré-eleitorais.
“Tem gente que usa esse momento para melhorar a sua situação. Nós não temos pena de morte no Brasil, mas eles não foram para prender ninguém. Eles foram para matar”, disse a parlamentar de 83 anos, em tom visivelmente comovido.
