Senacon notifica bar de SP após cliente ficar cega por suspeita de metanol em bebida
Estabelecimento tem 24 horas para explicar origem e armazenamento de destilados; caso é investigado pelo Ministério da Justiça

Vicklin Moraes
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), notificou nesta terça-feira (21) a lanchonete Ministro, conhecida como “Ministrão”, localizada na zona oeste de São Paulo, para que apresente, em até 24 horas, informações sobre a origem, o armazenamento e a venda de bebidas destiladas.
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Segundo o órgão, o estabelecimento pode ser multado ou ter as atividades suspensas caso não responda dentro do prazo. A medida foi tomada após o descumprimento de duas notificações anteriores, enviadas em 30 de setembro e 15 de outubro, dentro de uma investigação preliminar da Senacon sobre os riscos à saúde de consumidores expostos a bebidas contaminadas com metanol.
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O caso ganhou repercussão após uma cliente, Radharani Domingos Telles, de 43 anos, ficar cega depois de consumir três caipirinhas no bar durante uma comemoração de aniversário. Ela chegou a ser internada em uma UTI, sofreu convulsões e precisou ser entubada.
Radharani relatou ao SBT Brasil que se submeteu a um tratamento experimental, sem comprovação científica, na tentativa de recuperar a visão. Exames apontaram níveis extremamente elevados de metanol no sangue — 415 mg por decilitro, quase três vezes acima da dose considerada letal (150 mg).
A reportagem não conseguiu contato com representantes do bar Ministrão para comentar a notificação. O caso espaço segue em aberto.