Exposição interativa celebra a trajetória da sambista Clementina de Jesus na Estação Vila Sônia (SP)
Com arte, memória e representatividade, o Projeto Centenários celebra o legado da rainha do samba em São Paulo


Paula Rodrigues
A partir desta quinta-feira (30), a Estação Vila Sônia, da Linha 4-Amarela, em São Paulo, se transforma em um grande espaço de celebração à sambista Clementina de Jesus, uma das vozes mais marcantes da música brasileira.
+ VÍDEO: Netos de Elis Regina emocionam fãs com homenagem musical à avó
Parte do Projeto Centenários, a mostra convida o público a mergulhar na trajetória e na força simbólica da artista, reconhecida por resgatar cantos negros tradicionais e por abrir caminhos para gerações de intérpretes do samba.

Uma viagem pela vida e obra da rainha do samba
Com mais de 66 peças espalhadas por toda a estação, a mostra interativa apresenta o painel “A Vida de Clementina de Jesus”, que conta a biografia da artista a partir de um mapa do Rio de Janeiro, sua cidade natal.
+ Halloween 2025: confira a agenda cultural mais arrepiante do ano
Há também a vitrine “O Samba é Nosso”, que reúne réplicas de instrumentos tradicionais, além de pilastras grafitadas com citações marcantes da cantora e um painel especial com palavras da língua portuguesa que trazem ancestralidade africana em suas origens.
A ambientação sonora completa a imersão: portas, janelas e paredes dos vagões receberão frases e versos de Clementina, enquanto as escadas da estação exibem letras de suas canções, transformando o caminho do passageiro em uma verdadeira viagem pelo samba.
Um tributo à ancestralidade e à cultura brasileira
“Homenagear Clementina de Jesus é celebrar a voz de tantas mulheres que, como ela, abriram caminhos na arte e na vida. Essa homenagem vai além da música, sendo um tributo à resistência, à identidade e ao pertencimento”, afirma Renata Ruggiero, presidente do Instituto Motiva que realiza o evento.

Nascida em 1901, na cidade de Valença (RJ), Clementina de Jesus teve papel fundamental na difusão do samba. Neta de pessoas escravizadas, tornou-se um elo vivo entre a cultura brasileira e suas raízes africanas.
Ganhou os palcos somente aos 63 anos, mas desde então, abriu caminhos para que artistas como Dona Ivone Lara, Alcione, Leci Brandão e tantas outras mulheres pudessem ecoar suas vozes com a mesma força e liberdade.
Além disso, a exposição contará com uma obra em grafite assinada pelo artista Negro Muro, inspirada nos grafites da Pequena África, no centro do Rio de Janeiro, trazendo ainda mais identidade cultural ao espaço.
A curadoria da mostra é assinada por Isa Ferraz e Marco Ferraz, e possui acessibilidade com audiodescrição, vídeos em Libras e outros recursos desenvolvidos em parceria com a Escola Gente.
"Exposição Clementina de Jesus – Projeto Centenários"
- ONDE: Estação Vila Sônia – Linha 4-Amarela, São Paulo
- QUANDO: até outubro de 2026
- ACESSIBILIDADE: audiodescrição, vídeos em libras e recursos inclusivos









