Castro e governadores de direita anunciam criação de 'consórcio da paz'
Lideranças se reuniram para discutir segurança pública após a operação que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro

Sofia Pilagallo
Com informações do SBT Rio
com informações da Agência Brasil
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), anunciou a criação de um "consórcio da paz" com governadores de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles se reuniram nesta quinta-feira (30) para discutir segurança pública, após a operação que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão.
Participaram da reunião os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou de forma remota.
Autoridades da segurança pública do Rio também participaram da reunião. Estavam presentes o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, o secretário da Polícia Militar, Marcelo Menezes, e o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi.
Não ficou claro como o projeto funcionaria na prática. Em entrevista coletiva após a reunião, Castro se limitou a dizer que o consórcio vai "integrar os estados" em todos os aspectos, como contingência e inteligência, seguindo o modelo de "outros consórcios que existem", para a partilha de experiências, soluções e ações no combate ao crime organizado.
+Três fugitivos de megaoperação no Rio são presos através do Disque Denúncia
Questionado sobre a diferença entre o consórcio e a PEC da Segurança Pública, Caiado criticou a proposta do governo federal, apresentada à Câmara dos Deputados em abril. A iniciativa propõe integrar as políticas de segurança pública dos estados e municípios com a União, criando o o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).
"O único objetivo do governo federal é tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública. É uma determinação que a Constituição de 1988 nos deu", afirmou. "Ele quer transferir aquilo para a diretriz geral ser do Ministério da Justiça. Não temos dificuldade na integração, temos dificuldade pela ausência do governo."
+Ministra dos Direitos Humanos promete perícia independente sobre mortos em operação no Rio
Na quarta-feira (29), ministros de Lula anunciaram, junto com Castro, a criação de um "escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado". Ele será coordenado pelo secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, e pelo secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo.
O objetivo é compartilhar informações e promover ações integradas entre as forças de segurança, além de tomar decisões estratégicas nesse momento de crise. O escritório emergencial, como o próprio nome sugere, é temporário e difere da PEC da Segurança, que propõe uma solução duradoura e definitiva para o problema da segurança pública.









