Assaltos a farmácias crescem 11% em São Paulo; quadrilhas miram medicamentos de alto custo
Roubos de canetas emagrecedoras e outros remédios caros aumentam na capital; tecnologia com inteligência artificial ajuda no combate aos crimes
Magdalena Bonfiglioli
Ricardo Taíra
Os assaltos a farmácias aumentaram 11% neste ano na cidade de São Paulo. Quadrilhas têm agido com extrema violência e miram medicamentos de alto custo, como as canetas emagrecedoras.
Três homens foram presos na madrugada desta quinta-feira (30) em Osasco, na Grande São Paulo, com uma grande quantidade de medicamentos roubados — a maioria, canetas emagrecedoras. Segundo a Polícia Militar, o grupo também portava dois simulacros de arma de fogo e R$ 3 mil em dinheiro. Um dos suspeitos seria o mandante, responsável por fornecer os veículos usados nos crimes.
“A quadrilha pratica o roubo e, depois, ele recebe os medicamentos e realiza, além da receptação, a venda desses produtos”, explicou um policial militar.
Além das quadrilhas organizadas, há também casos de furtos individuais. Em algumas situações, criminosos escondem medicamentos nos bolsos, levando um produto de cada vez.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, ocorrem, em média, sete assaltos a farmácias por dia no estado de São Paulo. Em comparação com o ano passado, houve aumento de 3,5%. Na capital, o crescimento foi de 11%, totalizando 476 casos.
“Por conta desse número de assaltos, a gente fica assustada, sim. Fica com medo de tudo”, relatou a aposentada Zelma Gersanti.
Na quarta-feira (29), o taxista baleado por um assaltante dentro de uma farmácia na zona sul de São Paulo morreu. Ele havia acabado de entrar no estabelecimento e, segundo testemunhas, teria sido confundido pelo criminoso com um segurança. Ninguém foi preso até o momento.
Para tentar conter os assaltos, farmácias têm recorrido à tecnologia. No Brasil, cerca de 600 comerciantes já utilizam um sistema de monitoramento com inteligência artificial, capaz de detectar e avisar, em tempo real, qualquer movimento suspeito dentro do estabelecimento. Aproximadamente 198 farmácias já aderiram à ferramenta.
O sistema não impede ações armadas, mas ajuda a reduzir os prejuízos causados por furtos. O algoritmo reconhece, pelos gestos, quando um produto é retirado da prateleira e escondido. Em poucos segundos, o comerciante é alertado sobre a tentativa de furto.
“A maioria das lojas que têm acima de 15 ou 20 câmeras é humanamente impossível de monitorar em tempo real. O nosso sistema é como se houvesse uma pessoa em cada câmera observando e avisando quando vê algo suspeito”, explicou Mathieu Le Roux, CEO da Veesion no Brasil.









