PF prende 4 suspeitos em operação contra fraudes em pensões e aposentadorias na UFRJ
Grupo movimentou R$ 22 milhões em três anos; há indícios de que parte do dinheiro foi enviado para cúpula de facção criminosa


Emanuelle Menezes
A Polícia Federal prendeu quatro suspeitos, na manhã desta quinta-feira (30), em uma operação que investiga fraudes em pensões e benefícios de servidores falecidos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
+ Lula sanciona lei que endurece combate ao crime organizado e amplia proteção de agentes públicos
Segundo as investigações, o grupo movimentou cerca de R$ 22 milhões entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024 por meio de falsificação de documentos, estelionato contra ente público federal, lavagem de dinheiro e uso de laranjas e empresas de fachada. A PF encontrou indícios de que parte dos recursos obtidos pode ter sido direcionado a pessoas ligadas à cúpula da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Até o momento, os mandados de prisão foram cumpridos:
- na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro;
- em Inhoaíba, Rio de Janeiro;
- em Nilópolis, na Baixada Fluminense (RJ);
- em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana de São Paulo.
A PF tenta, ainda, cumprir mais um mandado de prisão. Os agentes cumprem também 23 mandados de busca e apreensão em residências de investigados.
Em Mogi das Cruzes (SP), nos fundos da residência do principal alvo da operação, os investigadores encontraram um "escritório do crime", com estações de trabalho, computadores, arquivos, documentos, planilhas e anotações que revelam as práticas criminosas.

Na Barra da Tijuca, na casa de um dos alvos da ação, localizada em um condomínio de luxo, policiais apreenderam dinheiro em espécie, joias, relógios de luxo, celulares, veículos, cofres, uma máquina de contar dinheiro e documentos.

Operação "Capgras"
Segundo a Polícia Federal, os integrantes do grupo criminoso usavam documentação fraudulenta para se passarem por familiares de ex-professores da UFRJ para receberem indevidamente pensões e benefícios.
O inquérito policial começou após a denúncia de um pensionista da instituição, que identificou que haviam incluído outro beneficiário em sua pensão – um suposto filho, segundo a documentação falsa apresentada – para dividir o valor que tinha direito.
A própria universidade iniciou uma auditoria, onde foram identificados inúmeros casos semelhantes envolvendo outros pensionistas. O prejuízo para a instituição é estimado em R$ 1,2 milhão.
A PF não descarta a hipótese de que outros órgãos públicos tenham sido vítimas do grupo. Os investigados podem responder pelos crimes de falsificação de documento público, estelionato, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e organização criminosa.








