Defensoria do RJ afirma ter sido impedida de participar de perícia dos mortos
DP-RJ afirma ter sido barrada no IML durante identificação das vítimas e aciona Alexandre de Moraes para acompanhar autópsias com perito próprio


Vicklin Moraes
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DP-RJ) denunciou, nesta quinta-feira (30), que foi impedida de acompanhar a perícia de identificação dos mortos na megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que mirou integrantes do Comando Vermelho. Ao menos 121 pessoas morreram. Entre eles, quatro policiais. O bloqueio teria ocorrido no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, no centro da capital fluminense.
“A quem interessa impedir o acesso da Defensoria a esses corpos? Para quem busca transparência e contenção de más práticas, não há motivo para barrar nossa presença”, declarou Rafaela Garcez, da subcoordenadoria de Defesa Criminal da DP-RJ.
Diante da negativa, a Defensoria acionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo autorização para acompanhar as perícias técnicas relacionadas às vítimas da operação.
No pedido, o órgão solicitou a indicação do médico-legista Nelson Massini — especialista reconhecido nacionalmente e que ganhou notoriedade no caso PC Farias, como assistente técnico para participar das autópsias e demais exames cadavéricos.
Operação mais letal da história do Rio
A ação, parte da chamada Operação Contenção, foi justificada pela necessidade de desarticular lideranças do Comando Vermelho na região. Participaram cerca de 2.500 policiais civis e militares, cumprindo mandados de prisão e busca.
Durante a operação, houve intensa troca de tiros. Ruas das comunidades foram bloqueadas com barricadas, e objetos foram incendiados. 113 suspeitos foram presos e 118 armas apreendidas.
Inicialmente, as autoridades confirmaram 64 mortes, mas moradores encontraram corpos em áreas de mata no alto do complexo, onde os confrontos foram mais intensos. Ao longo da quarta-feira (29), o número de mortes subiu.









