Política

Ministra dos Direitos Humanos promete perícia independente sobre mortos em operação no Rio

Após reunião com familiares e lideranças comunitárias, Macaé Evaristo anunciou medidas emergenciais de apoio

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A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo | Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, anunciou nesta quarta-feira (30) que o governo federal vai encomendar uma perícia independente dos mortos durante operação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A ação causou 121 mortes, sendo quatro policiais.

“Na nossa visão, a perícia no local está muito prejudicada”, afirmou a ministra a jornalistas após participar de uma reunião com familiares das vítimas e lideranças comunitárias.
“A gente teve uma demanda da comunidade de estabelecer a perícia independente e autônoma. Nosso Conselho Nacional de Direitos Humanos já nos comunicou sobre isso e estamos trabalhando para que isso se efetive”, continuou.

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Macaé também criticou a operação pela alta letalidade e pela exposição de moradores inocentes ao risco.

“Essa operação foi um fracasso. É inadmissível uma operação para o combate ao crime organizado, que é o que nós defendemos, não usar inteligência para garantir a sua efetividade”, disse.

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A ministra também defendeu que o combate ao crime organizado deve atingir suas estruturas financeiras.

“Tem que começar por cima. Não adianta chegar em nossas comunidades expondo crianças, pessoas idosas e com deficiência a esse pavor. Ninguém tem objetivo de matar as pessoas. Se a gente quer combater o crime, temos que começar chegando onde está o dinheiro”, afirmou.

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Macaé informou ainda que a Polícia Federal (PF) colocou à disposição peritos para colaborar na investigação e anunciou a criação de uma comissão emergencial integrada por vários ministérios, entre eles Saúde, Educação, Desenvolvimento e Assistência Social, Igualdade Racial e Mulheres, para atender às demandas apresentadas pelos moradores.

Entre as medidas, estão previstas ações de atendimento psicossocial, proteção a testemunhas e reforço de políticas públicas de saúde, educação e geração de trabalho.

“A comunidade, além de apresentar toda a dor desse processo, trouxe um olhar, um pedido de paz, mas ela também quer ter direitos: direito à educação, saúde, assistência e, especialmente, direito a um trabalho decente para a juventude”, disse a ministra.

Para Macaé, a resposta à tragédia não deve se limitar à segurança pública. “Tem uma questão da segurança pública, mas segurança é direito de toda a população. Não adianta segurança se não tiver associada a políticas públicas de saúde e educação”, afirmou.

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